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Surgiu na imaginação de Carolina ainda quando ela criava Mata-me de prazer (2015), sua primeira obra depois de ficar 10 anos em parceria com a Cia. dos Outros com quem criou outros trabalhos.
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Em agosto de 2017 ela parte para Buenos Aires, aonde faz uma residência de dramaturgia, Panorama Sur, e escreve a primeira versão dos textos de LOBO. Em novembro realizou uma convocatória para uma residência na Oswald de Andrade em São Paulo, em que selecionou performers do sexo masculino para experiências cênicas, práticas em torno do universo de LOBO. Selecionou 30 pessoas dentre mais de 60 inscritos.
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Em março desse ano iniciou os ensaios em São Paulo com um grupo de 15 performers, dentre eles atores, bailarinos, músicos e uma equipe técnica majoritariamente feminina.
“Falar sobre esse trabalho é também falar sobre como ele foi / é feito. Porque isso diz muito sobre sua natureza. Esse trabalho faz parte de um sistema bastante precário de montagem, porque trabalhamos sem qualquer edital de patrocínio, ou apoio institucional. Acho que além de estarmos em um momento de aniquilamento de muitas conquistas importantes das artes nos últimos anos, as instituições também tem muito medo de apoiar formatos que fogem dos parâmetros mais tradicionais. E claro,aqui estamos falando de uma obra que é criada por uma mulher. Porque isso também está em questão aqui. Há uma mulher por trás de tudo isso, dirigindo 15 homens. Criando esse universo. E toda vez que a mulher vai colocar um trabalho autoral no mundo é duro porque vivemos sempre na sombra de um bad carma patriarcal. Mas isso tá mudando. De um jeito ou de outro vamos transtornando isso. Esse trabalho foi feito com um esforço imenso de uma equipe muito tesuda, porque não faço nada sozinha. Tenho muita sorte nas minhas parcerias. Fomos tecendo uma rede de apoios importantíssimos que vão desde salas de ensaio, até empréstimos de coisas que usamos. Tem perfomers que vieram de outras cidades para fazerem o trabalho porque acreditam nele. Nessa reta final estamos fazendo um financiamento coletivo para conseguir levantar a produção da nossa estréia.“
Esse espetáculo só foi possível através de uma imensa rede de afetos e apoios. Todo o processo de ensaios ocorreu sem qualquer recurso financeiro & produção final conta com a colaboração de mais de 150 pessoas que contribuíram através de financiamento coletivo (Catarse).
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Ao coletivo de artistas que acompanham Carolina Bianchi em suas criações mais recentes ela chama de Cara de Cavalo.
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L O B O estreou no Teatro de Contêiner no dia 24 de maio e cumpriu uma temporada de 8 apresentações com aproximadamente 200 expectadores em cada sessão. Logo a seguir nos dias 16 & 17 de junho se apresentou no Festival Cena Brasil Internacional, no CCBB Rio de Janeiro, com sessões esgotadas, depois de uma residência de 15 dias com performers locais. As apresentações no Rio contaram com 23 performers em cena, sendo 14 locais e 8 da versão original de São Paulo.
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Nos dias 11 e !2 de agosto de 2018 fomos recebidos pelo memorável Teatro Oficina Uzyna Uzona, no Parque do Bixiga, em São Paulo, com público total de mais de 700 pessoas.
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A próxima temporada de Lobo acontece de 08 de setembro à 01 de outubro com elenco original no Teatro de Contêiner de São Paulo, Rua dos Gusmões, 43.
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