/// L O B
O
CAROLINA
BIANCHI Y CARA DE CAVALO
Recorde de público no Teatro Oficina, a obra que surpreendeu os olhares
da cena cultural paulistana está em nova temporada & volta ao Teatro de
Contêiner, onde tudo começou.
De 08 de setembro à 01 de
outubro, sábados, domingos e segundas, às 20h, L O B O se apresenta no Teatro
de Contêiner para sua segunda temporada. O elenco original recebe o público
para esse novo encontro, logo após as duas apresentações que impressionaram o
Teatro Oficina no início de agosto.
“Vocês conseguiram reviver todo esse espaço! O Teatro contemporâneo
pede que todo mundo esteja agindo, vocês inauguram uma nova maneira de usar
esse espaço! Vocês são um laboratório de cosmopolítica!”
/// Zé Celso Martinez
LOBO é o encerramento de uma
trilogia que começa com Mata-me de Prazer
(2015) e passa por Quiero Hacer el Amor
(2017), o trabalho de Carolina Bianchi y do coletivo Cara de Cavalo, grupo
formado de artistas que acompanham a atriz e diretora, busca viver um amor
extremo materializando alguns símbolos sociais através de uma sequência de
imagens não-lineares que afloram fricções entre o instinto e a civilização.
Essas imagens e textos misturam passado e presente, evocam o barroco italiano,
filmes de terror dos anos 70 e natureza morta & viva no corpo daqueles que
transpiram a cena. Carolina está acompanhada por 15 performers homens que atravessam essa fábula de terror e libido e
colapsam, perdem-se, movimentam o espaço e recomeçam de novo, mais perto e
alucinadas.
LOBO foi criado inteiramente
através do desejo de Carolina Bianchi e do coletivo Cara de Cavalo e contou com
o apoio da campanha virtual Catarse que permitiu o custeio da estréia, em maio
deste ano. A peça continua sua intensa pesquisa apresentando aos fins de semana
do mês de setembro no Teatro de Contêiner, construção emblemática, de
resistência, situado numa área de ocupação ao lado da Estação da Luz, no centro
da cidade. Foi esse espaço que lançou o corpo e abriu os caminhos deste
trabalho que fica a reverberar naqueles que o vivem.
“Acho que LOBO é uma peça que se debruça sobre a criação. A imaginação
como possibilidade de combatermos o horror. Porque a imaginação é incapturável.
Fazer uma obra com tanta gente num momento de desmanche cultural que estamos
vivendo é quase um milagre. É um combate. Porque o teatro tem essa onda
magnífica de agrupamento de gente, de se fazerem alianças. Gente se encontrando
todo dia. Em Lobo não tivemos edital de patrocínio. Eu e uma equipe de 24
pessoas trabalhamos incansáveis movidos por esse arrebatamento.”
/// Carolina Bianchi
Em suas duas últimas
apresentações, inseridas no projeto 2018 AQUI AGORA do Teatro Oficina, a peça
cresceu recebendo outros 12 performers - que fizeram residência no Rio de
Janeiro dentro do contexto de atividades do Festival Cena Brasil Internacional,
no CCBB - além da equipe de mais de 40 pessoas e toda a potência que aquele
espaço oferece somente pelo fato de se estar presente ali. Dois dias de casa
lotada, mais de 700 pessoas e uma certeza, o desejo de continuar a fazer chegar
às pessoas esse trabalho. “O Lobo é a expressão da angústia que não dorme. O
que nos aproxima e nos afasta completamente dos animais nesse momento da
história? O LOBO é tudo aquilo que foge à razão: o amor, a morte, Deus, o sexo,
um quadro barroco. O LOBO é o pré-racional, é o que olha pra civilização como
quem vai dizer uma última palavra quase ininteligível”, revela Carolina sobre a
obra.
Carolina assina a dramaturgia
episódica e funde narrativas coreográficas com práticas performativas e textos
que irrompem da sua boca, uma narradora que traz a presença de outras artistas
mulheres de diferentes eras para lançar um olhar sobre a criação, paixão e a
morte.
"Depois de dois dias assistindo a essa ‘sei lá o que’, não posso
deixar de dizer coisas sobre. Assim, Lobo te fisga pelos olhos, saliva, pelo
nariz, pinça pelo estômago e chafurda todo o cano da garganta. Feroz. Sou
suspeito de falar da Carolina Bianchi: Ela detona o universo, só. Aquilo que se
construiu no espaço me fez sentir descargas elétricas por todo o corpo. Tinha
uma magia animal ali. Meio que criaram um redemoinho no mar e me vomitaram
quando acabou. Aí eu senti umas mordidas na pele depois de tudo. Me senti
contaminado e com vontade de morrer naquilo todos os dias. E se eu for em outra
peça e não assistir mais “daquilo”, não tem sentido. É isso o que eu quero.
Obrigado por me garantir que esse “algo” existe, mesmo parecendo um sonho.
Lobo, I have a crush on you."
/// João Duarte,
espectador
/// s e r v i ç o
L O B O
Concepção, direção e dramaturgia: Carolina Bianchi
Assistentes de direção: Débora Rebecchi / Marina Matheus / Joana Ferraz
Performeres: Allyson Amaral, Antonio Miano, Blackyva, Carolina
Bianchi, Chico Lima, Eduardo Bordinhon, Felipe Marcondes, Gabriel Bodstein, Giuli Lacorte, Gustavo
Saulle, João Victor Cavalcante, José Artur Campos, Kelner Macedo, Maico
Silveira, Murillo Basso, Rafael Limongelli, Rodrigo Andreolli, Tomás Decina & Tomás de Souza.
De 08 de Setembro
à 01 de Outubro
Teatro de Contêiner
Local: Rua dos Gusmões, 43 Santa Ifigênia - São Paulo SP /
Brasil
Ingresso: 30 reais / meia entrada 15 reais
///
Comentários
Enviar um comentário